Para isso o presidente se cercou de pessoas importantes para criar idéias que possibilitem o trabalho sustentável feito pelos EUA, e que foi praticamente abandonado pelo antigo governo. Sua equipe ambiental tem o Nobel de Física Steven Chu como secretário de Energia, cujo projeto defende a diversificação da matriz energética e a redução de emissões de gases estufa. Também na pasta estão Lisa Jackson, responsável pela Agência de Proteção Ambiental; Carol Browner, representante especial para energia e mudança climática, que já havia comandado a Agência de Proteção Ambiental no mandato do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), além de colaboradora de Al Gore; Nancy Sutley, responsável pelo Conselho para Qualidade Ambiental da Casa Branca; e John Holdren, professor de Harvard, especialista em energia e clima.
Alarmante é o fato de sua secretária de Estado Hillary Clinton aprovar a continuidade da produção do etanol de milho. E o próprio Steven Chu, por maior boa vontade que tenha, não fará os EUA parar de usar o carvão como fonte de energia.
De qualquer modo a conduta do atual presidente, aberta ao diálogo em um primeiro momento, parece interessante, mas com uma crise que colocou a maioria dos países enjaulados em suas finanças, não parece haver boas perspectivas em curto prazo.
A idéia de Obama em querer aumentar o número de “empregos verdes” é muito digna. Sua equipe quer investir cerca de 150 bilhões dólares em dez anos. O desafio é chegar a esses números pós-campanha presidencial. Porém para alcançar o que propõe, não é algo complicado, nem precisa fazer megalomanias. Empregar em projetos já existentes é possível. Reformar prédios para eficiência energética é preciso de carpinteiros e contadores, em obras relacionadas a energia eólica, emprega-se maquinistas, metalúrgicos e engenheiros.
Em tempo:
Hoje, apenas 7% do fornecimento de energia dos EUA vem de fontes renováveis. Outros 40% provém do petróleo. São consumidos mais de 20,6 milhões de barris por dia, 58,2% dos quais importados. É um quarto do total produzido no mundo. O restante vem do gás natural (23%), do carvão (22%) e de usinas nucleares (8%).
Thiago Toledo