quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Obama e o despertar americano à sustentabilidade




Não é nenhuma novidade o fato de a América Latina não estar na pauta de prioridades para o novo presidente dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama. Entretanto, o meio ambiente e questões ligadas à sustentabilidade estão sim presentes em seu plano de governo. 

Com certeza a aplicabilidade de ações concretas não seja para agora, por causa das guerras em curso e da grave crise econômica que assola o mundo. Mas o fato é que por mais que nosso continente não esteja na folha inicial, quando se trata de questões ambientais o Brasil deve ser analisado com atenção por qualquer país do mundo.

Em especial por que o principal projeto em termos ambientais de Obama passa pela questão energética, e o Brasil tem conhecimento em utilização de energias renováveis, principalmente o etanol.

Para isso o presidente se cercou de pessoas importantes para criar idéias que possibilitem o trabalho sustentável feito pelos EUA, e que foi praticamente abandonado pelo antigo governo. Sua equipe ambiental  tem o Nobel de Física Steven Chu como secretário de Energia, cujo projeto defende a diversificação da matriz energética e a redução de emissões de gases estufa. Também na pasta estão Lisa Jackson, responsável pela Agência de Proteção Ambiental; Carol Browner, representante especial para energia e mudança climática, que já havia comandado a Agência de Proteção Ambiental no mandato do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001), além de colaboradora de Al Gore; Nancy Sutley, responsável pelo Conselho para Qualidade Ambiental da Casa Branca; e John Holdren, professor de Harvard, especialista em energia e clima.

Alarmante é o fato de sua secretária de Estado Hillary Clinton aprovar a continuidade da produção do etanol de milho. E o próprio Steven Chu, por maior boa vontade que tenha, não fará os EUA parar de usar o carvão como fonte de energia.

De qualquer modo a conduta do atual presidente, aberta ao diálogo em um primeiro momento, parece interessante, mas com uma crise que colocou a maioria dos países enjaulados em suas finanças, não parece haver boas perspectivas em curto prazo.

A idéia de Obama em querer aumentar o número de “empregos verdes” é muito digna. Sua equipe quer investir cerca de 150 bilhões dólares em dez anos. O desafio é chegar a esses números pós-campanha presidencial. Porém para alcançar o que propõe, não é algo complicado, nem precisa fazer megalomanias. Empregar em projetos já existentes é possível. Reformar prédios para eficiência energética é preciso de carpinteiros e contadores, em obras relacionadas a energia eólica, emprega-se maquinistas, metalúrgicos e engenheiros.

O fundamental é que haja um plano para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. E reduzir drasticamente. O estado é alarmante. Se a economia resolveu se vingar de seus especuladores, o meio ambiente sucumbi a aqueles que não o cuidam como deveria e a vingança pode ser bem mais maligna do que a do mercado financeiro. O novo presidente pode ser o grande propulsor da sustentabilidade realizada pela superpotência americana. Obama, convencer 52% do povo americano a te eleger já conseguistes, o desafio é conquistar os conservadores do seu governo a ajudar o planeta.

Em tempo:

Hoje, apenas 7% do fornecimento de energia dos EUA vem de fontes renováveis. Outros 40% provém do petróleo. São consumidos mais de 20,6 milhões de barris por dia, 58,2% dos quais importados. É um quarto do total produzido no mundo. O restante vem do gás natural (23%), do carvão (22%) e de usinas nucleares (8%). 

Thiago Toledo

Um comentário:

Luis Corvini Filho disse...

Belo post Thiago. Você furou a Folha de SP, que falou quase tudo isso apenas hoje 27/01!

Vamos em frente!

Luis