O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) promoveu, nesta quinta-feira (02/04), um Workshop para jornalistas, com o objetivo de debater e sugerir uma nova forma de exposição da fauna nos meios de comunicação. As palestras tinham por objetivo obter o auxílio da mídia no combate ao tráfico de animais e também na conscientização da população frente ao comércio ilegal de animais.
Dentre as tópicos abordados e amplamente discutidos pelos participantes (entre eles, membros de grandes conglomerados televisivos, revistas e sites com a temática do meio-ambiente), destacaram-se a relação da mídia com a exploração visual da fauna silvestre, a fiscalização e tráfico de animais silvestres.
Os jornalistas questionaram, porém, os motivos do posicionamento dúbio do órgão governamental, no momento em que prega a ilegalidade do tráfico, mas simultaneamente permite a criação e reprodução de pássaros cantores, como o Coleirinha (S. Caerulenscens), Curió (Sporophila angolensis) e Trinca-Ferro (Saltator similis), todos animais silvestres, por passarinheiros de todo o país.
Workshop aconteceu na sede de São Paulo do Ibama
Em sua palestra, Airton de Grande, analista ambiental do Ibama, relembrou os profissionais de mídia da importância dos animais para a cadeia sustentável da natureza, onde os bichos ajudam no cultivo de árvores e plantas de consumo humano, como o palmito, por exemplo. Lembrou também que, em cada 10 animais capturados, somente 1 sobrevive e chega ao destino final.
Por fim, o palestrante sugeriu uma mudança de paradigma da mídia, incentivando a implantação de 16 ações pela imprensa, em prol do meio ambiente. Dentre elas, destacaram-se:
- A não-exibição de animais silvestres sem origem legal;
- O cuidado ao exibir animais silvestres com origem legal, dada a possibilidade de estímulo do público em adquirir estes animais;
- O não-estímulo do animal silvestre como pet, tampouco de suas características como afetividade com humanos, doçura, inteligência para aprendizado;
- O cuidado ao exibir na dramaturgia (novela, cinema, teatro) animais silvestres em cativeiro, ainda que tenham origem legal;
E uma das mais interessantes: Em reportagens sobre o tráfico, durante a exibição dos métodos cruéis utilizados pelos traficantes para o transporte dos animais, buscar o esclarecimento do espectador que não se deve comprar o animal silvestre como forma de fim daquela situação de tortura, pois isso só virá a aumentar a captura dos animais.
Resta agora saber como tais sugestões serão realmente absorvidas e introduzidas na produção de pauta e conteúdo da imprensa.
Estaremos de olho...