segunda-feira, 9 de março de 2009

Entre o meio ambiente e a saúde pública

Desde outubro do ano passado a população de Campinas está privada de visitar uma das áreas mais importantes no que se diz respeito a cultura e meio ambiente na cidade. Trata-se do Lago do Café, que fica localizado ao lado da Lagoa do Taquaral. Dois funcionários do parque foram infectados com febre maculosa, um morreu. A doença é transmitida por carrapatos que infestaram as cerca de 35 capivaras do parque.

Com o parque fechado, a Prefeitura procurou o Ibama e a sugestão do órgão federal revoltou muitos ambientalistas da cidade. O abate dos roedores como solução para o problema. Desde então, diversos protestos e sugestões foram feitos, mas o parque continuava fechado.

Defensores do animais chegaram até a sugerir o fechamento para sempre do parque, que se transformaria em um refúgio para as capivaras. Ideia no mínimo sem lógica, já que os carrapatos escapam para as casas vizinhas e diversos funcionários correm o risco de serem contaminados na manutenção do espaço. Além, é claro, dos outros serviços prestados no parque, como o prédio do Ministério da Agricultura e o Museu do Café, que funcionam dentro da área. Outra ideia dada foi a transferência dos animais. O que não serve de nada, já que transferiria o problema de lugar.

Visivelmente irritado com a repercussão do caso, o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) deu uma bronca na mídia, que segundo ele, trata a questão do abate dos animais como mais importante que a infestação da área. Ele disse que gosta muito de capivara e que não conhece alguém que não goste, mas que o mais importante é a segurança das pessoas.

Ao final de tudo, a Prefeitura fez uma proposta para agradar à gregos e troinanos. O parque continuará fechado, mas, pelo menos por enquanto, o abate será adiado. As capivaras serão confinadas em um espaço no parque. Espera-se assim, confinar também os carrapatos e controla-los na região. Em volta do cercado das capivaras uma estrutura de metal tentaria impedir a saída dos parasitas.

A ideia é transformar o parque em um área de estudo do ciclo de vida dos carrapatos e de controle da febre maculosa. Mas, ao que parece, a experiência é inédita e, caso não dê certo, o abate dos animais será a única solução. Neste caso, a saúde de todos que vivem na região deve ser colocada em primeiro lugar. Á solução também foi pouco explicada: as capivaras ficariam eternamente no confinamento?

Até lá, o parque fica fechado, a população perde o seu museu e os funcionários trabalham correndo o risco de serem infectados. Ficamos de olho aguardando a melhor solução para o caso.

Diego de Souza Geraldo

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