por Luis Corvini Filho e Thiago Toledo
Resídios e Co-produtos
Em seu discurso, o diretor do Instituto Brasil Ambiente abordou que um município de 200 mil habitantes pode obter uma renda de R$ 1.400.000,00/ano, somente com o aproveitamento do lixo orgânico dos resíduos domiciliares (60% do total de descartes por residência) para conversão em massa de compostagem (transformação de matéria orgânica em adubo). Aplicando a conta para uma cidade como Campinas, quase seis vezes maior, o valor chega a R$ 8.400.000,00/ano.
Políticas para implementação
Sabetai defendeu a ampla vantagem das práticas da industrialização sustentável do lixo, e criticou a falta de apoio para a criação dessas áreas: “a grande dificuldade [para a implementação destas iniciativas] é política. Não há nenhum obstáculo administrativo, econômico ou de natureza gerencial”. Segundo o especialista, a implementação de locais de reciclagem e triagem é rápida e sem grandes custos, sendo feita através de parcerias público-privadas.
A Contribuição da Educação para o Desenvolvimento Sustentável
O evento também abordou o tema educação como fator importante de disseminação do desenvolvimento sustentável em nossos dias. Quem tratou do assunto foi a Coordenadora do Escritório da UNESCO em São Paulo, Profa. Dra. Vera Anselmi Melis Paolielo. Com muita simpatia e conhecimento, Vera mostrou um pouco dos trabalhos executados nos diversos setores da organização, exemplificando como os projetos são realizados na sociedade.
Segundo a coordenadora, o setor de desenvolvimento sustentável da UNESCO procura promover a gestão integrada dos recursos hídricos, na busca da revitalização de bacias hidrográficas. Exaltar a proteção, a conservação e o uso da diversidade biológica e apoiar a construção de competências em ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável também fazem parte da pauta.
Existe, dentro desse contexto, o trabalho de alfabetização ecológica, cujo mecanismo de ensino procura mais do que ensinar sobre sustentabilidade:“[A alfabetização ecológica] contribui para que a educação ambiental agregue suas dimensões à ecologia, como aquela que abraça a dimensão do ser humano”, diz Vera. A representante da UNESCO completa, ao dizer que “não podemos começar um trabalho sobre como respeitar o meio ambiente, se a gente não conhece o meio ambiente”.
Como fator fundamental para que esse conhecimento chegue às pessoas, a educação tem de estar presente desde os primeiros anos de estudo. Com isso, a criança de hoje já consegue entender a importância da consciência ambiental. “A escola tem de ensinar para o presente. O presente precisa de cabeças pensantes, de pessoas reflexivas”, diz Vera.