segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Aniversário do Rio Tietê: O que festejar?

Hoje é festejado o Dia do Rio Tietê. Um rio cheio de histórias, mas que infelizmente ao longo do tempo teve sua imagem manchada pelo descaso. É só cruzarmos a marginal que carrega o seu nome, na capital paulista, que deparamos com a sujeira e o cheiro desagradável, diferente de sua nascente, localizada no municipio de Salesópolis, na serra do Mar. Ao contrário de outros cursos d’água, o rio se volta para o interiro de São Paulo e lá ainda é preservado o seu habitat.

Há 400 anos atrás, poder-se-ia observar o que é visto nessa pequena cidade também na capital. Mas devido a industrialização desenfreada, provocada por um modelo de desenvolvimento que não respeita(va) os recursos naturais da época, hoje encontramos o velho Tietê em estado degradante.

Triste, mas é a realidade, e é através da história que conseguimos entender o que se passa em nosso tempo. É só procurar saber sobre a sua fundação. O local era estratégico. No dorso da colina, onde fica hoje a região da praça da Sé, protegia-se à oeste dos mistérios da floresta sombria e à leste contra ataques indígenas e de corsários, com as encostas da cordilheira marítima servindo de barricada. Região farta para a pesca, tanto nas águas do Piratininga (mais tarde Tamanduatei), como no leito do Tietê.

Pulando um pouco na história, em 1920, São Paulo já tinha o primeiro centro fabril do país. A cidade já havia transposto a várzea do Carmo e alcançava a várzea do Tietê, ao norte. Mesmo assim, até competições de remo era possível fazer nessa época.

Em 10 de janeiro de 1940, tinha sido criada a primeira legislação específica no Brasil contra a poluição das águas, o decreto 10.890. Chegou mesmo a ser constituída uma Comissão de Investigação das Águas no Estado de São Paulo. Em vão. O rio Tietê já agonizava.

De rio de integração paulista, o Tietê passou para esgoto industrial e urbano. Amostras indicam presença de 1 milhão e 800 mil bactérias por 100 mililitros de água, 413 miligramas por litro de resíduos e 2,6 miligramas por litro de oxigênio dissolvido.

Além do mais, oberva-se que o rio Tamanduateí também é responsável pela degradação. No trecho, não existe oxigênio (zero miligramas por litro), 16 milhões de bactérias a cada 100 mililitros e 483 miligramas de resíduo por litro.

Esse é o retrato de um dos principais meio naturiais, não só do estado, como do país, e vejo que muitos de nós não merece cantar “parabéns pra você”, seria hipocrisia de mais. É preciso uma política forte de sustentabilidade ao Tietê há muito tempo. Até agora só existem resquicios de ações, daqui a pouco só teremos resquicios de rio.


Thiago Toledo

5 comentários:

Equipe Biosfera disse...

grande thiagooooo

conseguiu postar então kra?...

boa, sintonizado às atualidadesss

e parabens pela carta publicada na Folha de S. Paulo

fachini

disse...

Oi galera! sou estudante de jornalismo da PUC Campinas tb!!
to no segundo ano, vi a "propaganda" do blog e do projeto de vcs, no site do Kleber Patricio, algum de vcs moram aqui em indaiatuba?? me adicionem no msn, pra trocar ideias!
bjaoo

msn: patezinha20@hotmail.com

Luis Corvini Filho disse...

Olá Pá. Que legal que está nos visitando frequentemente!

Temos uma integrante do grupo que é de Indaiatuba, a Fernanda Bugallo. O Thiago é de Campinas, eu (Luis) e Thiago somos de Campinas mesmo e o Fachini nós importamos do sul, hahahaha.
Então, sendo filha da puc, já convido você para a apresentação do nosso trabalho, que vai ser provavelmente na 1a semana de dezembro.

Um abraço e até o proximo post!

Luis

Luis Corvini Filho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Olá Pá!
Tudo certo?
Sim, sou de Indaiatuba!
Está add nos meus contatos do msn!
Beijos
E não perca a apresentãção do programa!!! =)