segunda-feira, 22 de junho de 2009

BIOSFERA Reportagem: Campinas, Os Desafios da Metrópole

RMC carece de soluções sustentáveis para resíduos sólidos

Por Luis Corvini Filho

Muitos desafios frente à coleta de lixo, mas poucas soluções sustentáveis apresentadas para esse fim. Esse foi o resultado do 2o Debate “Os Desafios da Metrópole: Políticas Públicas para a RMC”, realizado na PUC-Campinas, nesta segunda feira (22). A temática desse encontro abordou a questão ambiental dos resíduos sólidos urbanos.

O evento, ocorrido no auditório da PUC-Campinas, reuniu, frente à estudantes e profissionais da área ambiental, políticos como Paulo Sérgio de Oliveira, secretário do Meio Ambiente de Campinas e Ângelo Perigini, prefeito de Hortolândia, e especialistas da área ambiental, como a advogada e professora em gestão pública da PUC-Campinas, Andréa Struchel, e Mauricio Bisordi, da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP).

Ângelo Perugini, prefeito de Hortolândia (foto: Ricardo Lima/Puc-Campinas)

O prefeito de Hortolândia exibiu dados levantados pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), sobre o volume de lixo domiciliar produzido pela RMC. Reunidos, os 19 municípios produzem, diariamente, 1535 toneladas de lixo. Campinas, sozinha, contribui com quase metade desse volume, ou 727 toneladas por dia.

Buscando uma solução mais econômica e de menor impacto ambiental, Perugini criticou a falta de apoio dos demais municípios à adesão de um consórcio funcional, com objetivos de otimização logística de recolhimento de lixo, além de redução de custos e impactos. Atualmente, tal consórcio reúne apenas 6 cidades: Santa Bárbara D’Oeste, Americana, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia e Monte Mor.

Andréa Struchel, ao exibir decretos de leis relativos à condução adequada de resíduos sólidos no país, pontuou: “ O Brasil ainda carece de uma lei federal de resíduos sólidos”. A opinião da advogada conciliou-se com os dados trazidos por Mauricio Bisordi, ao mostrar que mais da metade dos municípios do país não destina corretamente, seja para aterros sanitários, compostagem, reciclagem ou incineração, os resíduos sólidos gerados. A porcentagem de lixo conduzido para reciclagem na RMC, segundo discurso do representante da ABLP, mostrou-se ínfima. Apenas 2% de todo o lixo produzido por toda a região.


Maurício Bisordi, representante da ABLP (foto: Ricardo Lima/Puc-Campinas)

Ao ser questionando sobre a possibilidade de produção de energia através dos resíduos sólidos, Bisordi afirmou que o país dispõe, atualmente, apenas da captação do gás proveniente de aterros sanitários, em forma de biogás. Segundo Maurício, uma nova tecnologia, baseada na incineração para produção de energia pelo vapor, existe apenas de forma experimental no Brasil.


Produção diária de lixo pelas cidades da RMC:

Americana: 121,7 ton/dia / Artur Nogueira: 15,7 ton/dia / Campinas: 727,3 ton/dia / Cosmópolis: 22,2 ton/dia / Eng Coelho: 3,9 ton/dia / Holambra: 2,2 ton/dia / Hortolândia: 120,6 ton/dia / Indaiatuba: 88,8 ton/dia / Itatiba: 31,7 ton/dia / Jaguariúna: 14 ton/dia / Monte Mor: 16,8 ton/dia / Nova Odessa: 18,8 ton/dia / Paulínia: 32,3 ton/dia / Pedreira: 15,6 ton/dia / Sta Bárbara D’Oeste: 92,8 ton/dia / Sto Antonio de Posse: 6,8 ton/dia / Sumaré: 140,3 ton/dia / Valinhos: 39,8 ton/dia / Vinhedo: 24,3 ton/dia.

Fonte: Cetesb

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