Semi-árido brasileiro terá menos água em 2050
Por Fabiano Fachini
Em 2050 os níveis atuais de aquecimento global poderão levar à diminuição da quantidade de água no semi-árido brasileiro. O alerta foi feito por um grupo de cientistas num documento de 36 páginas publicado na segunda-feira (22/06) pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma.
Vários especialistas também participaram do relatório de 2007 publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, Ipcc. O documento do Pnuma foi compilado com base em 1,4 mil estudos científicos apresentados em março passado em Copenhague, capital da Dinamarca.
De acordo com os novos dados, o mundo está enfrentando um risco crescente de mudanças climáticas abruptas e irreversíveis. Além da possibilidade de escassez de água no semi-árido brasileiro, os cientistas alertam ainda para o mesmo problema em outras áreas como a Bacia do Mediterrâneo, o oeste dos Estados Unidos e o sul da África.
Espécies
Uma outra preocupação é com o aumento nos níveis de temperatura. Mais de 3,5ºC levariam à extinção de 40% a 70% de espécies animais e vegetais analisadas para a pesquisa.
Os cientistas afirmam que o aquecimento global também causa efeitos graves aos mares e oceanos. Com a acidificação provocada pelos altos níveis de dióxido de carbono, CO2, organismos marinhos como os arrecifes de corais são diretamente afetados.Pelo documento, existem grandes riscos de condições extremas da temperatura como o aumento de secas, ondas de calor e enchentes nos próximos anos.
Surpresa
O ritmo de contração das geleiras do Ártico causou surpresa aos cientistas, que não previram em 2007 a rapidez do degelo. Segundo o estudo atual, estoques gigantescos de gases, como o metano, que estavam presos por milênios no solo congelado do Ártico já poderiam ter ameaçado a vazar na atmosfera.
O novo relatório do Pnuma pretende inspirar líderes mundiais, que se reunirão em dezembro para a Conferência sobre Mudança Climática da ONU, a formalizar o acordo para a próxima fase do Protocolo de Kyoto. O encontro ocorrerá em Copenhague, capital da Dinamarca. A primeira fase de cumprimentos do documento expira em 2012.
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