quarta-feira, 28 de outubro de 2009

BIOSFERA Agropecuária

Emissões aumentam 30%

por Diego Geraldo

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta terça-feira (27/10) a nova estimativa de emissões de CO² do setor agropecuário. O estudo mostra que o setor passou a emitir 30% a mais de dióxido de carbono e gases equivalentes no período de 1994 a 2007. Segundo os dados, as emissões da pecuária aumentaram 25%, enquanto o uso do solo provocou acréscimo de 39%. O estudo destaca ainda que as emissões também aumentaram na área de energia (54%), nos processos industriais (56%) e no tratamento de resíduos (32%).

O estudo tem por objetivo fornecer estimativas atualizadas das emissões de gases de efeito estufa no Brasil como subsídio para o planejamento de políticas públicas e também devem servir de base para a proposta brasileira que será apresentada na Convenção do Clima, em Copenhagen, na Dinamarca. As estimativas de redução das emissões brasileiras prevêem até 2020 a redução em 80% do desmatamento na Amazônia, o que vai representar 20% a menos na conta das emissões.

O ministro falou sobre três medidas sugeridas pela Embrapa para manejo do solo que podem reduzir em 7% as emissões no setor agropecuário até 2020. Uma delas é a combinação da lavoura com a pecuária, que diminuirá o solo usado e as emissões. A outra, é a recuperação de áreas degradadas. O ministro também defendeu o aumento do plantio direto, com redução do uso de fertilizante. "Com essas três medidas combinadas, reduziremos em 7% as emissões do Brasil até 2020 somente na agropecuária", disse o ministro.

Com relação ao plantio direto, que significa plantar na palha e revolver menos o solo, evitando a emissão de gases, a meta é passar dos atuais 28 milhões de hectares para 40 milhões de hectares até o ano 2020, com um ganho de 224 milhões a menos de emissão de CO². Quanto à recuperação de áreas degradadas, a proposta é que em um prazo de 10 anos haja uma economia de 81 milhões de toneladas de CO², caso se recupere 10% destas áreas.

Os estudos apresentados utilizaram o mesmo método que vem sendo aplicado na confecção do inventário de emissões elaborado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia.

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