Desde terça-feira um projeto de texto, cuja autoria, segundo o jornal The Guardian, teria sido formulado por Estados Unidos, Dinamarca e Reino Unido, tem gerado conflitos na Conferência do Clima.
Mas, por mais que se fale, seu conteúdo pouco foi mostrado e discutido na imprensa. Além disso, o acesso ao texto, de 13 páginas, é escasso.
Por isso, o Biosfera não poderia ficar de fora dessa polêmica, e traz para você o texto (em inglês) na íntegra.
Um dos fatores que causaram tamanho alvoroço em Copenhague - e que reforça ainda mais a falta de sensibilidade dos países emergentes - é a parte que estabelece, por exemplo, que o dinheiro prometido pelos países ricos para ajudar o resto do mundo a se adaptar à mudança do clima iria só para os realmente pobres, não para os emergentes.
Quer dizer: Mesmo a mudança climática sendo responsabilidade essencial das grandes potências, para eles quem deve pagar a conta são os emergentes. Isso foi fatal para os países em desenvolvimento.
Outro aspecto do texto diz que os três ricos propõem fornecer apenas US$ 10 bilhões por ano – o Banco Mundial calcula que seriam necessários US$ 100 bi – e só até 2012. A partir daí os valores seriam reavaliados.
As opiniões sobre o texto que pode congelar a COP-15 no gelo dinamarquês são claras:
“É uma grave violação que ameaça todo o processo de negociação de Copenhague". Lumumba Stanislas Dia Ping, chefe da delegação sudanesa que preside atualmente o G77.
"O texto proposto pelo primeiro-ministro dinamarquês é fraco e mostra a posição elitista e sem transparência da presidência dinamarquesa". Kim Carstensen, da organização WWF.
Oficialmente o país anfitrião disse que não existe um texto. “Estamos há semanas e meses consultando os diversos países, é o nosso trabalho", afirmou a ministra dinamarquesa do Clima, Connie Hedegaard, em entrevista coletiva.
De todo modo, a polêmica não deve parar por aí. Brasil, África do Sul, Índia e China apresentaram uma proposta contrapondo ao que texto que foi circulado nessa semana. Aguardemos o desenrolar dos fatos e esperamos que o bom senso surja no coração gelado dos governantes, mesmo com 3°C de temperatura.
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