por Thiago Toledo
Armazenar materiais recicláveis em uma capa transparente com muitos bolsos. Este foi o trabalho de um morador de um grande centro urbano, e que ficou sete dias sem jogar seu lixo fora.
Batizada de “Parangolixo-luxo”, em alusão aos parangolés criados pelo artista plástico Hélio Oiticica, o excêntrico Peri Pane, jornalista e um dos apresentadores do programa Ecoprático da TV Cultura, pegou sua capa e começou com esta experiência intitulada “Diário Refluxo” em 2003. Na ocasião, de 28 de agosto a 4 de setembro, ele realizou uma performance em que ficou sete dias sem jogar fora seu lixo pessoal, acumulando garrafas, papéis, vidros, e mais todos os tipos de embalagens e restos inorgânicos que usava.
Desde então, “O Homem Refluxo” já passou pela Espanha, em 2006, e este ano foi para Napóli, na Itália. Sempre com o objetivo de mostrar um olhar diferente sobre o consumo de resíduos sólidos dos indivíduos.
Segundo relato do site do projeto: “Os restos, antes esquecidos com um gesto automático nas lixeiras, se transformaram em parte do seu corpo. A cada passo, o lixo revelava seus hábitos, suas escolhas materiais, ou seja, seu lugar na sociedade.
Durante a experiência, ele desenvolveu uma nova relação com os descartáveis, estabelecendo uma comunicação visual e poética impactante com os outros habitantes da cidade.
Com o diário “refluxo” de seu consumo intermitente, já não era possível esquecer o volume, a forma, o cheiro e, principalmente, o peso de seu próprio lixo acumulado por sete dias. Passado o tempo, o homem se converte naquilo que consome.”
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