Universitários brasileiros irão mostrar projetos ambientais na Alemanha
por Thiago toledo
Quatro universitários brasileiros irão participar, dos dias 8 a 13 de novembro, de um intercâmbio técnico-cultural na Alemanha sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável. A viagem é o prêmio do Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais, realizado a partir de uma parceria da Bayer com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) no qual a empresa investe anualmente 1,2 milhão de euros em prol da juventude e do meio ambiente.
Selecionados por um júri formado por professores ambientais, membros de entidades de classe, imprensa e especialistas da Bayer, Débora Felisoni Torre, Fábio Weikert Bicalho, Richard Clayton Tomasella e Thayrine Andressa Pereira Leite terão a oportunidade de conhecer a estratégia e atividades do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente para jovens, poderão conferir palestras com especialistas europeus da área de desenvolvimento sustentável e farão um intercâmbio com outros 49 jovens vencedores de outros 18 países. Eles conhecerão ainda as instalações da sede mundial da Bayer, na cidade de Leverkusen e conhecerão a Estação de Gerenciamento de Lixo e Resíduos locais.
Em sua 6ª edição no Brasil, o Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais incentiva a produção de projetos e a adoção de ações socioambientais entre jovens estudantes de 18 a 25 anos. A iniciativa vem sendo realizada desde 1998 em diversos países e desde 2004 é o carro-chefe da parceria global da empresa com o PNUMA. Desde 1998, já foram premiados mais de 350 jovens de 19 países da Ásia, América Latina, África e Europa. No Brasil, o Programa também conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente.
Projetos vencedores
Débora Felisoni Torre, estudante de Engenharia Química na Universidade Federal de São Carlos (SP), propõe a produção de polímeros verdes a partir da desidratação do etanol, uma fonte renovável. Seu trabalho partiu da análise de uma patente já existente. Porém, seu estudo traz o detalhamento do processo de desidratação do etanol, pouco conhecido e abordado em estudos similares. “O estudo mostra que é possível obter o etileno a partir do etanol e as análises de negócios indicam que a tecnologia pode ser bastante competitiva no mercado atual”, conta.
Fabio Weikert Bicalho, estudante de Ciências Econômicas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fez um projeto com foco nas áreas de geografia e demografia. O universitário pretende enriquecer o arcabouço conceitual relacionado ao desenvolvimento sustentável, já que a disponibilidade de dados nessa área, especialmente no Brasil, é um desafio. Seu trabalho também estuda as relações entre este tema, o risco e a vulnerabilidade. “As relações são constantemente mediadas pela criação e imposição desses riscos à população. É impossível, portanto, falar de desenvolvimento sustentável sem considerar a questão populacional e sua relação com o meio ambiente. Qual a vulnerabilidade das populações de diferentes estados e regiões às mudanças climáticas, por exemplo?”, explica Fabio.
Richard Tomasella desenvolveu um estudo para avaliar o impacto de substituir o etanol presente na gasolina por butanol, substância derivada do petróleo que também pode ser obtida a partir da fermentação do amido de milho. A partir da análise da quantidade de gás carbônico no solo e na água, os resultados mostraram que a gasolina com butanol torna-se mais biodegradável. “Este é um estudo inédito no Brasil, o que foi um desafio porque não pude consultar e avaliar outros trabalhos semelhantes, mas muito interessante também”, explica o estudante de Engenharia Ambiental na Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, em Rio Claro (SP).
Já Thayrine Andressa Pereira Leite, estudante de Engenharia Ambiental na Universidade do Vale do Itajaí (SC), trouxe como objetivo promover a educação ambiental entre crianças com idade entre dois e dez anos.. ”Acredito muito na educação como uma ferramenta para mudar o futuro. Só vamos conseguir mudar se educarmos as pessoas sobre o papel de cada um e a forma correta de agir em relação ao meio ambiente”, afirma. Monitora voluntária do projeto “Convívio: vivências lúdico-reflexivas no processo de alfabetização ecológica do laboratório de educação ambiental” que acontece desde 2000 em Itajaí, a estudante conta que a iniciativa inclui atividades específicas para cada faixa etária que vão desde brincadeiras a aulas práticas sobre temas como água e reciclagem de lixo.
Como é o programa?
Conhecido como BYEE, sigla em inglês para Bayer Young Environmental Envoy, http://www.byeebrasil.com.br/ , o Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais é um dos mais importantes projetos mundiais de responsabilidade social da Bayer em prol da juventude e do meio ambiente. O programa é realizado em 19 países em todo o mundo e incentiva a produção científica e a adoção de ações socioambientais entre jovens de 18 a 25 anos, oferecendo como prêmio uma viagem à Alemanha. Na ocasião, os ganhadores têm a chance de participar de um intercâmbio técnico-cultural com os vencedores de todos os outros países participantes.
Os objetivos do Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais são:
- Incentivar o desenvolvimento de projetos que privilegiem o desenvolvimento sustentável em nível local,
- Identificar lideranças jovens de 18 a 25 anos nas áreas de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável,
- Promover o intercâmbio e a troca de experiências sobre questões ambientais,
- Estabelecer entre os jovens uma rede de contatos para facilitar a troca de informações e pontos de vista sobre questões ambientais,
- Oferecer oportunidades para que os participantes tenham acesso a inovações tecnológicas, práticas e estilos de vida sustentável.
Criado na Tailândia, em 1998, o BYEE inicialmente contemplava apenas participantes das Filipinas e de Cingapura. Em 2002, o programa foi estendido para a Índia; em 2003, para a China; e, em 2004, para Brasil, Colômbia, Coréia, Equador, Indonésia, Polônia e Venezuela. Peru e Quênia aderiram ao Programa em 2005; Vietnã e Malásia, em 2006 e Turquia em 2007. A África do Sul participou pela primeira vez em 2008 e, este ano, o BYEE conta também com a adesão do Chile.
Até 2008, o programa já beneficiou quase 400 jovens em todo o mundo, sendo 20 deles no Brasil. Os trabalhos vencedores no Brasil já abordaram diferentes temas dentro de um grande universo. Entre eles: design de mobiliário escolar com madeira plástica, utilização de pavimentos ecológicos em grandes cidades e descarte consciente de medicamentos.
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