quinta-feira, 26 de novembro de 2009

BIOSFERA Copenhague

No COP-15, líderes deveriam padronizar propostas

por Diego Geraldo

A decisão de estabalecer uma meta de redução de gases-estufa de 40% feita pelo governo chinês lançou uma boa expectativa para a Conferência de Copenhague. Apesar do avanço, a meta deve ser vista com desconfiança. O calculo da China é diferente dos demais países. Aliás, cada país estabeleceu um modelo de metas diferentes um do outro. Agora, é a hora de patronizar tudo.

Existem países que anunciaram metas tendo como base as emissões de 1990, como o Japão e a União Europeia. Já os EUA anunciaram, nesta semana, uma meta que já vinha sendo discutida no Congresso norte-americano, que é dimunuir as emissões em 17% tendo como referência 2005. O Brasil calculou quanto o país poluiria em 2020, e tendo como base esta referência, calculou uma dimuição de pelo menos 36,1% (o que na prática é uma meta até mais tímida que a norte-americana).

E agora chega a China, com um corte de 40%, mas não sobre as emissões gerais, e sim sobre a emissão que cada dólar do PIB gasta. Complicado? Por isso as coisas devem ser padronizadas.

De maneira vaga, a proposta chinesa se resume a melhorar o aproveitamento da energia. Por exemplo, se cada dólar do PIB chinês emite 1 kilo de poluentes, em 2020 o dólar do PIB deverá emitir 0,6 kilo de gases-estufas. Ou seja, a China não irá poluir menos que hoje em 2020, mas poluiria muito mais sem as metas.

A postura chinesa isola Índia e Rússia, últimos grandes poluidores que se negavam a levar metas para a COP-15. Com EUA e China na mesa, será impossível ignorar o encontro.

Agora falta o último grande obstáculo: de onde saíra o dinheiro? Quem vai arcar do os custos de implementação de novas tecnologias e taxação de carbono? Sem a resposta, nenhuma meta será cumprida.

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